Em parceria com a Timber, fornecedora de veículos autônomos da marca XAG, o Curso de Engenharia Florestal da universidade iniciou pesquisa de plantio de árvores nativas por drone

Uma parceria entre os Departamentos de Engenharia e Tecnologia Florestal e Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com a Timber, representante dos veículos autônomos da marca XAG, pretende demonstrar a eficácia do uso de drones para o plantio de árvores nativas em áreas de restauração florestal. A expectativa é que o aparelho amplie a produtividade deste tipo de trabalho, seja utilizado em terrenos de difícil acesso e sirva como ferramenta para facilitar o plantio de árvores nativas por governos e empresas.   

Os primeiros testes foram realizados nos dias 10 e 11 de novembro, na Fazenda Canguiri, de propriedade da UFPR, localizada em Pinhais (PR). O drone XAG XP2020, modelo já utilizado em cultivos agrícolas e tratos silviculturais, realizou a dispersão de sementes de espécies florestais nativas selecionadas junto com adubo sólido.

A ação foi integrada ao Projeto Arboreto, realizado pela UFPR, que tem dois objetivos principais: plantio de espécies com interesse comercial e adequação ambiental com vistas à restauração florestal. “Fizemos um planejamento para que o equipamento percorresse linhas despejando dois tipos de insumos, fertilizantes e sementes de diferentes espécies florestais nativas da nossa região”, explica o professor da UFPR, Alessandro Camargo Angelo.

A seleção das sementes levou em conta características e adaptabilidade às condições da região. Depois elas foram pesadas e classificadas para serem dispersadas em quantidades diferentes ao logo das linhas. Desta forma, será possível avaliar o desenvolvimento das árvores por linha e entender a mistura mais adequada para este fim, além do grau de germinação.     

“Nós sabemos a dificuldade de executar um trabalho como este de plantar árvores nativas. Então, quando podemos contar com uma tecnologia que tenha controle e que consigamos definir um rigor, isto é bem-vindo”, conclui o professor. 

A experiência acadêmica com escopo no plantio de sementes de espécies nativas por meio de drone é pioneira no Brasil. O estudo vai ajudar a demonstrar a eficácia no uso do aparelho, abrindo caminho para utilização do veículo no plantio de florestas brasileiras em larga escala.

Drone no plantio de árvores comerciais

Aproveitando a disponibilidade do drone cedido pela Timber, a UFPR realizou outro experimento, desta vez com olhos na adubação e aplicação de defensivos em plantios de espécies comerciais. Na Fazenda Experimental da UFPR nas proximidades de Rio Negro (PR), o drone realizou a dispersão de adubo sólido e de defensivo líquido em uma área com plantio de Pinus elliotti de 1,5 anos.

O objetivo deste estudo é viabilizar aos alunos de Engenharia Florestal a iniciação científica e a produção de dissertações de mestrado com o foco na silvicultura comercial. “Outro ponto é que à medida que esta floresta for crescendo, teremos evidências visuais das diferenças de tratamento e seus resultados práticos”, aponta o professor Renato Cesar Gonçalves Robert, coordenador do Laboratório de Abastecimento e Mecanização Florestal (Lamec).

Na visão do professor, a própria colheita florestal se beneficiará do uso do drone na silvicultura. “São informações detalhadas que ficam na nuvem e podem ser utilizadas pelo gestor florestal na tomada de decisão”, destaca.